Nesta época lisonjeira, em que todos incrivelmente, influenciados, se tornam um pouco humanos, venho justamente falar sobre nosso pingo de humanidade e de princípios moldados ou não de acordo com o que se julga importante nos dias de hoje. Do heroísmo que surge de acordo com a situação. Ou mesmo, pessoas que se reúnem para elevar o feito por meio de mero título: heróis.
Talvez, por falta de verdadeiros heróis, nomeamos alguns, por atitudes isoladas e atípicas diante do mar de lama e porcos, a fim de incentivar e alcançar nossos próprios objetivos. Objetivos esses que para alcançá-los, bastariam os caminhos convencionais da justiça. Na falta de justiça, na dificuldade de justiça, se nomeia herói, incentivo para salvação da nossa própria lavoura.
Vejamos se agora me expresso bem, se serei legível. Nomeamos Venina Velosa ou a Menina Veneno, como nossa heroína. Me deparei com páginas recém-criadas nas redes sociais, cujos títulos eram exatamente esse, heroína.
Ora, anos se passaram, e tudo ficaria por isso mesmo. Venina Velosa, velando. Mas, em dado momento, a jovem senhora, instruída, profissional de carreira, viu por bem se manifestar, ou não viu saída a não ser, se manifestar. Salvar a própria pele? Salvar o próprio nome? Talvez, tenha escolhido o caminho mais difícil, o mais árduo, o de manter os próprios princípios. Mas, eu não sei. Não sei quais são seus princípios. Talvez, seja apenas uma tentativa de salvar a própria pele, dizer não ter se envolvido. E, não me importa. O fato é que, ela não faz isso pela nação ou pela empresa para a qual trabalhou. O faz por si.
Da mesma forma que Marina Silva tentou fazer a “nova política” e pra não dar com os burros n´água, tocou o barco na mesma velha política. Assim como confundo hoje Jô Soares com Dilma, e fica difícil dizer se essa figura é o mesmo de alguns meses que eu conhecia como humorista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, diretor teatral, ator, músico e pintor brasileiro…
Assim como, faz por si o Ministro Luís Roberto Barroso que estreou no julgamento do mensalão com um discurso que aplaudi de pé, quando dos embargos de declaração. Em seu discurso emocionante, ele falava da reforma política, colocava o mensalão como maior escândalo do país. Recentemente, anula decisão de Joaquim Barbosa de leiloar bens de mensaleiros, libera José Genoíno para o semi aberto.
E, quando o jornalista Ricard Boechat chama os que pedem Impeachment nas ruas de idiotas, com o sórdido argumento de que estes NÃO ACEITAM A “DECISÃO DEMOCRÁTICA DO VOTO? Mas, foi ele mesmo quem narrou matéria de mais de 4 minutos só falando a respeito de FRAUDE NAS URNAS ELETRÔNICAS! Ou, com tantos fatos narrados nessa matéria, não era sua opinião era apenas sua narração? Vejam o link: https://www.youtube.com/watch?v=Kn-Fzw8x6ds . Pode ser que ele mudou de opinião. Melhor dizendo, pode ser que mudou de princípios.
O próprio Jornalista Kennedy Alencar, exímio ao tratar de assuntos relacionados à política e economia, hoje, me parece tão morno, tão suave, tão insosso ao falar da lama e dos porcos, que penso que tudo que eu percebia antes, sobre ele, era apenas tempero mesmo.
A inteligência tem várias faces, que às vezes, são máscaras. Como quando dizem: meus heróis morreram de overdose – que herói é esse que não salvou a si mesmo? Por isso, não sigo ninguém. No Twitter? Só se me seguir de volta e olhe lá, vai depender de vários quesitos. Não existem heróis, pois, todos, até no ato mais caridoso, fazem por si mesmo.
De todos os meus heróis canastras que não nomeei aqui, tenho a sorte de não ter nenhum molusco nove tentáculos em minha lista. Tenho meus princípios e não me deixo sensibilizar pelas luzinhas de natal. E, quando não me deixo sensibilizar, também, faço por mim mesma. Minha opinião: é melhor fazer por si do que se aconchegar na capa de heróis nomeados, que antes de tudo são humanos volúveis – em grau menor ou maior.
Mas, não nomear heróis, não significa se apoiar em outras muletas: “é tudo ladrão” “ninguém presta” “o mundo está perdido” “não adianta discutir” “se conforme com a derrota”… Significa apenas evitar muletas.
Será que vivemos em Cleptocracia?
Infelizmente quando abrimos um jornal, ou algo que nos daria uma informação otimista sobre o país, só nos é apresentada uma imagem de um Brasil decadente e sem esperança, com imensa corrupção, muito violento, abandonado pela classe política, com uma inflação a tomar conta do dia a dia, sem uma infraestrutura logística necessária e suficiente, com pouco saneamento básico, com infraestruturas precárias para saúde, e um sistema educativo longe das necessidades fundamentais. E o pior é que constatamos que tudo isto é uma realidade, mas eu sempre alimento a esperança de que algum dia viverei em um Brasil com Ordem e Progresso.
Que tenha um Ano 2015 com muita Saúde e Criatividade!
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Não sei por qual motivo, seu justíssimo comentário caiu em spam… sim, cleptocracia. Mas, somos tão jovens… ainda, mesmo que não pareça, há esperança.
Perdoe-me pelo bloqueio involuntário de seu comentário.
Que tenha também um 2015 próspero!
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Ao ler o seu texto e me ater à expressao “evitar muletas”, como expressão chave da sua crítica muito bem feita, recordei-me de um conto magnífico de Guimarães Rosa A Terceira Margem do Rio. Às vezes, é preciso ficar quieto, fazer uma canoa e ir viver na terceira margem do rio. Compreenda-me, viver na terceira margem de tudo o que não presta. Se quiser ler o conto http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp
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Fantástico o conto da canoa. Impressionante é que os que percebem tudo e ficam na canoa (à margem de tudo o que não presta), às vezes, quando acenam, quando resolvem se manifestar, sem querer, acabam chocando – como no desfecho da história.
Já fiz a minha canoa e não raras vezes subo e desço o rio. Mas, adoro fazer fogueiras na beirinha…
Tenha um ótimo 2015!
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Que bom que gostou do conto. Obrigado.
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«Unglücklich das Land, das Helden nötig hat»
«Infeliz do país que precisa de heróis»
Bertolt Brecht (1898-1956), dramaturgo alemão.
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Na prática: Brasil… abs!
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Já percebeu que por mais que eu tente sempre uso também como muleta o “não gosto de falar sobre política”, mas estou sempre lendo, me revoltando e claro soltando meus pitacos.
Tudo que foi descrito acredito que muitos perceberam. Eu fiquei impressionado com o olhar dessa profissional de carreira petrolífera ao ponto de brincando com minha própria mente dizia, “ah! coitada” e logo depois soltando os palavrões que o espaço e o horário não permitem que sejam reproduzidos mesmo sendo eles falados no bom árabe.
Acredito eu que nosso país tem sim muito jovens amebas pela própria vontade política que paga e sustenta para que assim continue, mas há muitos jovens bem preparados culturalmente ao ponto de perceberem qualquer tipo de engodo que tentam de todas as formas e insistentemente empurrar goela à dentro e para esses usam o mesmo que seus algozes usaram na malfadada ditadura, uso desproporcional da violência.
Tenho já em minha idade uma concepção que nem a julgo como correta, mas são tantos os calos que repito a mim mesmo, “o Brasil é um país de quadrilhas, cada um monta a sua”.
Sim, acredito que seja, mas uma coisa não justifica outra, logo se tem coisa errada devemos sim falar, apontar, sair e cobrar de quem é sustentado com o dinheiro de nosso suor.
Nesses últimos dias ou mesmo semanas, tenho percebido uma atenção virada para esse tipos de escândalos que afetam a população mas não tão diretamente como se pensa e os assuntos que de fato seriam importantes serem debatidos vão mais uma vez caindo em esquecimento, dentre eles os básicos como saúde, alimentação, salários e educação.
Agora interessante que no meio dessa turbulência de quem roubou mais que o outro e para o nosso desgosto o salário dos Ministros do STJ, de Estados, Presidente, Parlamentares e demais entrou em pauta no dia 17/12 em caráter de urgência, urgentíssima (aprovado em asserção).
É como diria Odorico Paraguaçu, “Vai ter uma confabulância político-sigilista”.
Quanto as máscaras digo que sou mais favorável ao que usa pois demonstra claramente que é apenas uma de suas personalidades do que os que de “cara limpa” estampam claramente o que carregam por trás de seus olhares. Gosto muito de ler gestos, movimentos, timbres vocais, olhares e todo tipo de mensagens que as pessoas passam inconscientes. É interessante ouvir algo e verificar outro. 😀
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Olá!
Gostei muito do seu comentário. É uma pena que quem usa uma máscara a usa porque tem plena consciência do que não é (ser ou estar…), ou seja, mesmo assim, finge ser propositadamente. Algumas máscaras são involuntárias, formadas por opiniões de terceiros, ou seja, eu acho que fulano de tal é tal coisa. E às vezes, ele não é, ou seja, máscaras involuntárias.
Mas, passamos pela vida acreditando e desmascarando.
As máscaras normalmente escondem monstros ou tolos oportunistas.
Vejo, que, embora à contragosto, é necessário lavar o quanto antes essa roupa suja do Petrolão e parentes… que lembremos que nunca se foi discutido a sério o que nos interessa… e que, não podemos deixar passar batido o que nos cabe, que seja, o mínimo: indignação.
Valeu pelos pitacos, grande abraço!
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Pois é Viviane, também acredito que é chegada a hora de usar mesmo o velho tanque ou quem sabe como as antigas lavadeiras que batiam a roupa suja nas pedras da cachoeira. 😉
Estamos de olhos abertos, punhos cerrados e mentes tranquilas. O que é certo continua, o que não for, se aniquila. 😉
Abraços!
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😉
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